domingo, 21 de junho de 2009

Singular ○



"Moço peço licença, eu sou novo aqui..."



É engraçado como me mudei a 5 anos e a frase acima sempre me acompanha. Isso porque sempre parece que eu me mudei ontem e amanhã retornarei. Vivo, muitas vezes, em função de um outro lugarzinho, me imaginando lá em diversas situações, do que eu faria lá, de com quem eu estaria lá, como eu estaria lá, como a minha vida seria melhor lá...Nessa cidade a 350 km distante de mim, que as vezes parece está à 1 km e em outras à 1.000.000 km!
Plagiando agora o Cidade Negra: "Amor igual ao dos cariocas eu nunca mais terei, amor que eu nunca vi igual, eu nunca mais terei, amor que não se mede, que não se pede, e infelizmente, não se repete." rs
Eu sempre estou para todos ,assim como todos nem sempre estão para mim. Isso podia ser uma fórmula matemática, mas infelizmente, não segue uma lógica, muito menos uma razão específica para os fatos.
Nas festas de aniversário ficamos rodeados de pessoas "queridas", quando preciso de uma companhia, minha lista de contato se encurta até ficar nula. Dá uma sensação de incompetência, não ter ninguém no momento preciso...Deve ser pelo fato das características físicas, matemáticas e logísticas que possuo não serem compatíveis com as demais pessoas.
"Nossa...mas você não conhece ninguém?" Me indagaram ontem. Qual seria a minha resposta? Outra pergunta! As respostas podem ser vagas e sem objetividade, assim como as alternativas de ontem.
Perdi um céu estrelado, o cheiro de mato, a liberdade, o frio na multidão quente, o êxtase, a melodia que me embala, por não ser independente, por não conseguir me desvincular das pessoas. Não consigo ser eu e ponto, preciso de um complemento, e em alguns casos, vários complementos. Tenho que aprender que companhia não é sinônimo de segurança. Daqui pra frente serei singular! Bom, tentarei ficar longe do "s".

Sou uma "pessoa brilhante" em um mundo onde só existe eu.




•••




A partir de uma decepção e uma verdadeira frustração, escrevi essa postagem, um tanto confusa, com uma bagunça de sentimentos, que eu não consegui ordenar nesse final de semana. Pensei na lógica, acreditei no exercício pleno de um planejamento estratégico, mas a mudança no meio em que estou inserida, não contava com a rachadura no meu patrimônio de amizades, assim sendo, cheguei à falência das alegrias...




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Vivo esperando e procurando um trevo no meu jardim!

2 comentários:

Solange Maia disse...

Camila,

é duro...
A gente tem que se ter, se bastar... mas sei que na real a gente quer (e precisa) de colinho...).

Já já algum sortudo te pega no colo...

Beijo muito, muito carinhoso,

Solange

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

Ernani Netto disse...

Dificilmente esquecemos de onde viemos...

Bjaum